Durante a COP30, em Belém (PA), o ARAYARA Amazon Climate Hub sediará o evento “Amazonía y Transición Energética Justa: Propuestas para Abordar la Minería y los Derechos de Pueblos Indígenas y Comunidades Locales”, no dia 14 de novembro, às 16h30, reunindo especialistas, lideranças indígenas e representantes de governos da região Pan-Amazônica para debater os desafios e caminhos possíveis para uma transição energética que respeite os direitos humanos e os limites ecológicos da Amazônia.
O encontro, promovido pela Fundación Gaia Amazonas, parte do reconhecimento de que a crescente demanda global por minerais estratégicos para a descarbonização da economia tem colocado o bioma amazônico diante de uma encruzilhada. Em meio à pressão por cobre, lítio e outros minerais essenciais à chamada “transição verde”, comunidades locais enfrentam novos ciclos de exploração e ameaças aos seus territórios.
O evento propõe um diálogo intercultural e multissetorial sobre os marcos legais, os mecanismos institucionais e as alternativas econômicas capazes de garantir uma transição energética justa.
As discussões abordarão temas como consentimento livre, prévio e informado, traçabilidade dos minerais, economias circulares, impactos acumulados da mineração, e a proteção dos Povos Indígenas em Isolamento Voluntário (PIA) — um dos grupos mais vulneráveis diante da expansão extrativista na região.
Entre os participantes estão Antenor Vaz, consultor internacional em políticas de proteção aos PIA; Juan Sebastián Anaya, assessor de incidência da Fundación Gaia Amazonas; Jessica Alejandra Solórzano, doutora em Desenvolvimento Sustentável pela UFPA; Julio César López Jamioy, coordenador de Relações Internacionais da COICA e líder indígena do povo Inga do Putumayo; Paul E. Maquet, da ONG peruana CooperAcción e membro do Grupo Regional para uma Transição Energética Justa; e Daniela Durán, chefe da Oficina de Assuntos Internacionais do Ministério de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia.
O painel busca construir pontes entre territórios andinos e amazônicos, reconhecendo a interdependência dos ciclos hídricos e ecológicos da região. A proposta é fortalecer a articulação entre povos indígenas, sociedade civil e governos para impedir que a Amazônia se torne uma nova zona de sacrifício diante da corrida global por minerais e, ao mesmo tempo, afirmar o protagonismo dos povos locais na formulação de políticas para o futuro energético da região.
A atividade faz parte da programação do ARAYARA Amazon Climate Hub, um laboratório vivo de inovação climática e tecnologia ancestral que, durante a COP30, promove uma série de debates, oficinas e encontros colaborativos com lideranças de todo o mundo, em busca de uma agenda comum de justiça climática e energética. As atividades contarão com tradução simultânea e transmissão ao vivo.







